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Os investidores comprometem o seu capital com a expectativa de receber retorno financeiro em empresas cujas perspetivas de crescimento e desenvolvimento são convincentes no horizonte do investimento.
Os investidores procuram características atrativas nas empresas, tais como…
Potencial de crescimento – Os investidores são atraídos por empresas com elevado potencial de crescimento. Embora o potencial de crescimento de uma empresa possa ser medido de várias formas, o primeiro aspeto a avaliar é a capacidade de alcançar crescimento sustentado através do desenvolvimento da sua atividade comercial, ou seja, o potencial de crescimento orgânico.
Empresas com um histórico de elevado potencial de crescimento orgânico que procuram constantemente encontrar oportunidades de crescimento do seu core business vão atrair mais investidores, dado que o crescimento orgânico consistente e sustentável é um bom indicador do potencial de valorização do negócio.
Os resultados presentes e esperados são um aspeto em que os investidores e analistas se focam. Os resultados atingidos pelo negócio são influenciados por diversos fatores, incluindo despesas operacionais, financiamento, ativos e passivos. Os investidores usam frequentemente métricas como Retorno dos Capitais Próprios (ROE) e Retorno Sobre o Capital Investido (ROIC) para medir a rentabilidade do potencial investimento na Empresa, face a outras alternativas de investimento. Este tipo de medidas é utilizado para avaliar a eficiência da Empresa na alocação do capital a investimentos rentáveis e, consequentemente, fornecem uma visão valiosa sobre a forma como a Empresa está a aplicar os fundos disponíveis para criar valor. Os investidores favorecem as empresas com ROE e ROIC mais elevados, uma vez que são mais rentáveis.
Sector económico – Alguns investidores especializam-se em setores económicos específicos e estão mais dispostos a investir em empresas que neles operam. Além disso, alguns sectores são inerentemente mais atrativos. A atratividade da indústria depende de uma série de fatores, sendo que, ao avaliar a atratividade de um sector económico, os investidores dão enfoque aos seguintes:
Níveis de endividamento sustentáveis – Por comparação com outras alternativas, a dívida é normalmente uma fonte barata de financiamento. Este facto é acentuado pelo facto de que os juros são um custo fiscalmente dedutível. No entanto, um elevado nível de endividamento aumenta a probabilidade de incumprimento, nomeadamente quando o mercado inverte o ciclo positivo, o que por sua vez aumentará o custo de contratação de dívida adicional. O endividamento crescente de uma empresa faz-se proporcionalmente com uma menor flexibilidade na sua gestão financeira e no equilíbrio que deve existir entre o capital alheio e o capital próprio.
Mesmo que o nível de endividamento adequado para uma Empresa dependa de fatores endógenos, é natural que de forma a avaliar o risco financeiro do potencial investimento na Empresa, os investidores realizem um exercício de comparação (benchmark) entre o nível de endividamento e alavancagem da Empresa e a média da indústria.
Embora alguns sectores económicos tendam a ter níveis de endividamento mais elevados (por exemplo, negócios de capital intensivo com receitas mais previsíveis ou negócios mais maduros, como os fornecedores de serviços básicos), noutras indústrias um elevado nível de endividamento é visto como um risco financeiro excessivo para potenciais investidores. Para assegurar níveis adequados de endividamento, existem rácios (e.g. o rácio de cobertura do serviço da dívida, a dívida/capital próprio e a dívida/EBITDA) que podem ser analisados e comparados com empresas similares.
Geração de Fluxos de Caixa (estáveis) – Empresas bem geridas são geralmente capazes de garantir um bom rácio de conversão de resultados em fluxos de caixa. Os investidores tendem a privilegiar o investimento em empresas com fluxos de caixa estáveis, especialmente se forem gerados de forma recorrente pelo core business. Para os investidores, a capacidade para gerar fluxos de caixa estáveis é muitas vezes mais valiosa do que os resultados pelas seguintes razões:
As empresas podem melhorar a sua capacidade de geração de Fluxos de Caixa através de:
Registos contabilísticos – Os investidores exigem transparência e fiabilidade da informação divulgada pela Empresa, pelo que uma contabilidade com alta qualidade é uma condição sine qua non.
Relação com Investidores (“IR” – investors relations) – A comunicação pode assumir muitas formas, desde reuniões com potenciais investidores, divulgação de notícias e notas de imprensa, relatórios e contas anuais e manutenção do website da Empresa. As mensagens através dos diversos canais devem ser consistentes e ter como objetivo informar potenciais interessados acerca da Empresa para que possam obter uma melhor compreensão sobre o negócio, a estratégia, a governação, o desempenho financeiro e as perspetivas futuras. Nesta era digital, existem muitos métodos que podem ser usados para estabelecer a comunicação com potenciais investidores.
Na preparação da Empresa para o IPO – e especialmente enquanto empresa cotada – a pessoa ou a equipa responsável pela IR desempenha um papel proeminente na manutenção da valorização da Empresa. Existem várias boas práticas que a equipa de IR deve seguir, sendo de destacar as seguintes:
A consideração de fatores ambientais, sociais e de governo societário (fatores ESG) na atividade empresarial possibilita à própria Empresa e aos seus investidores medir o impacto mais alargado das suas operações e da sua estratégia a longo prazo.
Os investidores estão a tornar-se cada vez mais cientes dos benefícios dos investimentos que considerem fatores ESG e, como consequência, as suas exigências e expectativas em relação aos Emitentes em matérias ESG estão a aumentar. Pelo seu lado, os Emitentes, procurando melhorar o acesso ao capital e evitar situações negativas de ativismo, devem construir o seu próprio roteiro ESG para divulgar aos investidores indicadores chave de desempenho reais e mensuráveis. Uma estratégia ESG relevante é essencial para o financiamento no longo prazo. Os investidores esperam cada vez mais que as empresas reconheçam e respondam, de forma responsável, aos riscos e às oportunidades a curto, médio e longo prazo em relação aos fatores ESG que impactam a criação de valor empresarial a longo prazo. Paralelamente, os gestores de ativos estão a alterar os seus critérios de investimento, incorporando fatores ESG na tomada de decisões de investimento e apoiando a alocação de capital a iniciativas sustentáveis.
A adoção precoce de boas práticas de governo societário prepara as empresas para responderem de forma mais eficaz às expectativas dos seus diversos stakeholders (clientes, acionistas, credores, trabalhadores, sociedade civil, etc.), bem como para aumentarem a sua visibilidade nos mercados.
Alguns dos principais aspetos a ter em consideração são:
Muitas empresas privadas, especialmente startups, podem não ter recursos e conhecimentos especializados para desenvolver e implementar uma estratégia de gestão dos riscos e oportunidades ESG. Nesses casos, as empresas podem considerar, entre outras, atribuir a atuais colaboradores funções centradas no ESG para desenvolver conhecimentos internos. As empresas também podem considerar trabalhar com consultores para iniciar uma estratégia de sustentabilidade.